terça-feira, 24 de maio de 2011

Por que adorar a 'cruz'? Jesus morreu na cruz, por causa da estupidez humana que não entendeu a grandeza da simplicidade. Se ele voltasse a terra nada mudaria, pois continuamos estupidos, e iamos acabar adorando uma cadeira eletrica no lugar da cruz.

‘Quero ficar sozinho hoje’, o desejo de ficar só no apartamento, de não cumprir com os compromissos, de larga tudo e todos. Com vocês é assim. Sozinho pra mim, só seria suficiente se o mundo todo não estivesse aqui, se todos saíssem do planeta. Ligada em tudo que sou, que só me desligaria se não estivesse mais ninguém, sou um ser que penso mais rápido do que sinto, hiperativa e hiperpensante.

sábado, 23 de abril de 2011

essas ai...

Você é dessas! – Fui acusada.
Dessas? Qual? Como?
É verdade, eu sou dessas...Dessas que sai 2 da manhã pra correr, dessas que quer tudo para si, dessas que não tem celular, dessas que se apaixona hoje e já não quer mais amanhã, dessas que tem vários colegas e pouquíssimos amigos, dessas que tem uma TPM horrível, dessas que freqüenta varias religiões, dessas que é muito curiosa, dessas que adoram crianças, dessas que se precisar fala alto, dessas que adora os homens e ama as mulheres, dessas que fuma, dessas que conversa sobre qualquer tipo de assunto, dessas que não gosta de nada muito fácil, dessas que adora beijar, dessas que não segue padrões, dessas que adora musica antiga, dessas ciumentas, dessas irônicas, dessas, dessas todas e muitas outras, porem, dessas que não só amam, mas que principalmente, vivem!

domingo, 20 de fevereiro de 2011

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Gosto de lembrar o que foi bom.

Acordei sem apostar nada no dia, pra mim, ia ser um dia como outro qualquer . Ledo engano.
Sonhei com a Estação da Lapa, e, imprevisível que sou, enquanto tomava meu café da manhã, dei na telha que precisava voltar àquele lugar. Talvez para lembrar a época que andava quase correndo entre as multidões da lapa pra chegar mais cedo na aula de teatro. Concretizei a intenção: Fui.
O cheiro forte , inconfundível: a mistura de xixi, fritura e ônibus, nada tinha mudado. Como de lei, parei no sebo, comprei 2 livros e me sentei na lanchonete pra tomar um menorzinho. Engraçado, nunca tinha parado pra observar a estação da lapa como ela realmente é. Assim, da lanchonete mesmo, escrevi sobre a minha vida na estação mais movimentada de Salvador.
É muita gente, é todo tipo de gente.
A lapa carrega com ela anos de histórias e uma estação vai ser sempre uma estação, gente se despedindo, chegando, comendo, indo trabalhar/estudar, lendo, vendendo, falando alto, negociando, correndo, roubando, paquerando, fazendo amizade, jogando conversa fora, ou ate mesmo assim como eu, fazendo nada, escrevendo.
Tenho boas recordações desse lugar, era a época do teatro, a época que não tinha hora pra chegar em casa, e ainda desligava o celular para que não me ligassem, ia pro TCA assistir a orquestras de graça, depois ao MAM ver exposições e passar o final da tarde vendo duendes verdes andando sobre o mar, ficava tomando sorvete com os amigos na praça do campo grande, parava em botecos pra ouvir bossa nova e tomar cerveja, comia uma empada maravilhosa de palmito na lanchonete da esquina, namorava na praça dos aflitos, lia livros na biblioteca central, não tinha medo de nada, parecia que aquele ali era o meu espaço, ninguém sabia que quando chegava em casa ouvia muito, e ouvia calada, por estar chegando tarde. Tempos que não voltam, e que não vou esquecer.
Hoje, me pego aqui, sentada, sem nem saber o que aproveitar como aproveitava antes, não sei onde estão meus amigos do teatro, que me levaram pra conhecer a salvador que não conhecia, não sei onde está minha coragem de andar pelas ruas, não sei onde estou...
A lapa continua a mesma, na verdade, quem mudou... Fui eu!

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Dia 2 de fevereiro.

O dia 2 de fevereiro, não é qualquer dia, de qualquer mês. Tem todo um significado especial, tem toda uma magia por trás desse dia, os soteropolitanos acordam já em festa, é dia da rainha das águas, é dia da mãe que nutri, é festa de yemanjá.

Em media, a festa de yemanja, que se concentra no rio vermelho, chega a ter 500 mil pessoas todo ano, entre conterrâneos e turistas, é a festa de tradição mais nova da Bahia, são “apenas” 68 anos de comemoração aberta, que vai dos que não acreditam, ate aos que não perdem nenhum ano.

Nesse dia, o barulho que as ondas do mar fazem ao quebrar, já é um convite a se banhar, a lavar não só o corpo, mas também a alma.

Os presentes, que começam a chegar logo cedo, e vai sendo levado durante todo o dia, não são simples presentes, a maioria é agradecimento, é cumprimento de promessas, é pedido de proteção, a muita fé no que se é levado ao mar.

Alem da fé e dos pedidos, é um dia de festa, um dia de comemoração. Tem bandinhas de samba por todo lado, trios independentes, carros de som, todo mundo dançando, rindo a toa, bebendo, uma grande festa livre, que não tem ingresso pra entrar, e nem convite a ser feito, todo mundo pode ir, todo mundo pode curti, mas todo mundo deve lembrar, é dia de yemanjá, é a ela que temos que presentear, é ela que devemos saldar. Odoyá!

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Hipocrisia Natalina


Deprimente como se perdeu o espírito de natal.

Cada um vai chegando, em pequenos grupos, com uma bandeja de comida, com sacos de presente, vão cumprimentando uns aos outros, quase sem vida, e tomando seus rumos.

Algumas mulheres na cozinha, grupos dos mais novos, as tias se sentam e fazem o grupo de fofoca, os homens conversam sobre seus trabalhos e como seu time de futebol tenta ganhar o campeonato. E assim vai seguindo a noite de natal, na cabeça de cada um, o pensamento principal é sobre o que se vai ganhar de presente, a quantidade de vinho que vai se beber, e como a comida que o outro troce pode ser mais gostosa que a sua.

Os grupos das tias julgam as atitudes de todos, falsas puritanas, que na verdade só querem ter assunto pra falar na noite monótona onde todos se encontram, meio que obrigados, como um serviço de prestação de favor social aos familiares.

Todos estão achando aquilo tudo um saco, mas quando um sincero e realista, fala a verdade sobre aquela noite diante de todos, é julgado, é rotulado como ovelha negra.

Os comentários sobre a vida alheia rolam na boca de todos, em boca pequena é claro, ninguém vai querer causar confusão na noite de natal... Como se ali alguém estivesse se importando e lembrando de fato que era noite de natal. Pura hipocrisia!

E não pensem vocês que isso acontece em algumas famílias não, é quase na maioria, de forma menos ou mais intensa.

Aquele antigo amigo secreto, que de secreto não tem quase nada, pois todo mundo já contou a alguém quem tirou.

O tio que acaba bebendo de mais da conta, que quer fazer discurso e que é visto com o olhar repressor dos outros.

A tia que é sempre a mais fofoqueira e a mais intrigueira.

Criançada correndo pra cima e pra baixo, futucando os presentes pra vê se adivinha o que vai ganhar.

Primos comparando presentes, qual é mais caro, e a tia mais legal é a que gasta mais.

A prima que passou no vestibular e é paparicada por todos.

A ovelha negra. Ou ate a ovelha colorida reprimida.

Essas são umas das figuras da noite da ceia natalina, o papai noel? Ninguém lembra mais, nem as crianças...

O único momento que se é lembrando o motivo de estarem todos ali únicos é quando, o mais novo da família, pergunta a avó ou ao avô, o patriarca, por que - de fato - estão todos ali, cheios de presentes e de mesa farta. E assim, é explicado ao neto, o que é o natal, e ate quem é Jesus Cristo.

Taís Vieira Lima